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E aí tem gente que só fica assistindo a vida passar. Passa a vida toda ali, existindo, como um mero espectador. Vai viver!! Existir só não basta. Milhões, bilhões de pessoas existem, para que ser só mais um número, uma estatística? Eu conheço gente assim. Gente que parece precisar de uma sacudida para acordar e perceber que enquanto está ali, conformada com a vida que tem, com a rotina de sempre, com os mais-ou-menos-mais-para-menos-do-que-para-mais, as coisas estão acontecendo. E ela está perdendo.
Então a pessoa reclama. Reclama porque trabalha num lugar que não gosta. Reclama porque está na casa dos pais no interior de uma cidade que nada acontece enquanto gostaria de morar sozinha na capital de outro estado. Reclama porque foi abandonada, traída, deixada para trás. Reclama pela falta de dinheiro, pela falta de amor, pela programação ruim da TV e pelas roupas que tem no armário e detesta.
Mas ela tenta ir trabalhar com algo que gosta? Ou então se arriscar e procurar oportunidades em outro estado? Quem sabe ela procura entender o motivo de ter sido abandonada e procura a companhia de outro alguém? Por que não desliga a TV e vai fazer algo diferente então? Por que não dar uma repaginada na vida, aliás? Porque é mais cômodo ficar sentada reclamando. Por que correr atrás das coisas não é fácil, então elas apenas se conformam com o que tem e passam a vida – que é tão curta – desejando ser outra coisa.
Não estou dizendo que não reclamo. Aliás, reclamo um bocado. Mas nunca foi conformada, sempre corri atrás do que eu acho certo pra mim. Muito embora tenha tropeços demais pelo caminho – haja curativos para tantos joelhos que já ralei – pelo menos não fiquei só acomodada. E tem muitas outras coisas que quero fazer. Esse ano coloquei na cabeça que vou aprender a tocar violão – começo as aulas semana que vem. Até o fim do ano termino um livro. De escrever o livro, no caso. E tantas outras coisas mais.
Se vou conseguir? Não sei. Talvez até desista de algumas coisas e surjam outras. Talvez eu me canse e queria passar uma tarde reclamando e assistindo programação ruim, mas então todas as outras tardes eu vou dar um jeito de ficar mais próxima de viver e não só de ficar existindo. Talvez eu rale muito mais joelhos, cotovelos, coração e etc – mas tudo bem, porque cicatrizes também rendem boas histórias.
Tomara que eu tenha conseguido dar uma sacudidinha em alguém. Se precisar, tenho band-aid sempre na bolsa. Afinal das contas, nunca se sabe né.
3 comentários:
Tem meme para você lá no Freescura. ;D
Obrigada pelo tapa, isso mesmo, o texto ai foi uma verdadeiro tapa na minha cara que deixou até as impressões digitais. De fato, concordo com você, mas tenha certeza que não é só da boca pra fora. Eu reclamo muito da vida, e sou mesmo acomodada em algumas coisas. Adorei o texto, é o tipo de verdade que quase ninguém fala. Beijos.
www.eraoutravezamor.blogspot.com / Tem novidade lá <-
Aaaah fala sério!!! Você roubou esse post de dentro da minha cabeça, rs!
Porque eu sou exatamente essa pessoa que reclama de tudo (exatamente do jeitinho que você colocou, não gosto do meu trabalho, moro no interior com os pais e quero ir pra capital e etc), mas sou também a mulher que busca o que quer, que tenta viver, que vai atrás. Vão viver!!!
Adorei.
Parabens!
Voltarei sempre.
Beijos
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