domingo, 9 de agosto de 2015

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Eu não entendo. Eu não entendo. Eu não entendo.
E isso me basta.

Se entendesse, estaria aqui no meio dessa sala colorida (dolorida?) desentendo-me  do tudo ou nada ou tudo que é você? Sei como tu chama mas não sei qual brasa acende a tua chama se ela é breve quente leve não sei quem tu chama, mas talvez, talvez, queira que tu me leve desse pesado nada que cisma em chegar num domingo de manhã e não me deixa dormir porque preciso enxergar, olho nas janelas ainda adormecidas de sonhos que não se pode dizer, mas vejo você, sem entender, cadê? acendi mais um cigarro – você não entende o bem que esse mal me faz – mas você não entende e eu não entendo, traguei e nada trouxe, te fumaria até a chepa mas você não faz bem pro meu pulmão porque é ventania mas sufoca quero ar quero tudo e quero nada porque há no nada muita coisa, quero nadar em você e mergulhar em cada poro do seu corpo e sentir o cheiro do teu cheiro no meu cheiro e não entender nada disso

Não quero que se conclua. O que concluí então acaba. Não quero um fim do que nem começou por que eu não entendo,


quero um enfim dito entre um suspiro  manso no meio da sala dizendo que quer à mim porque também não entende e tudo isso é louco loucura cura porque chamar só de amor é um fogo raso que se apaga num sopro