domingo, 23 de janeiro de 2011

Tão nós.

- Para Luli.
imagem: weheartit.com

E era aquela tal coisa que fazia todo dia – acordar, lavar o rosto, tomar um café, nos dias rebeldes uma coca-cola de ontem. Mas de alguma forma, implícito em todo lugar, tinha um pouco de você.
Sua partia doía também, um pouco em cada canto. Tantos e tantos anos se despedindo, se reencontrando, vezes por poucos dias, vezes por muitos, mas ainda sim era cada vez mais difícil te ver partir, sem a certeza de uma data para voltar.
É que cada vez aumentava tudo entre elas. Eram mais segredos, mais caminhos, mais risadas, mais confidências, mais. Impossível descrever, mas era uma sintonia tremenda, bela e simples, como havia de ser.
Sabe, ás vezes chegava triste em casa, mas uma tristeza que só você entenderia. Eu pedia seus conselhos, você ia rir e dizer que não sabe dar conselhos, mas me daria os melhores do mundo. Mesmo quando ficava em silêncio, a tua presença me bastava.
Na maioria do tempo, está ausente. Mas a ausência é somente física, a sua presença se faz em todos os lugares, de todas as maneiras. Te amo, assim, só por você existir, longe ou perto.

“Sempre que nós estamos juntos
É você quem liberta o mal de mim”

- Detonautas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Insônia

imagem: weheartit.com



Saudades de quando éramos só nós e nossos sonhos – sonhávamos que éramos especiais, únicos. Que ninguém iria atrapalhar nossa vida, que nunca nos tornaríamos aqueles casais chatos por aí.
Saudades de sorrir ao te ver chegar, tão meu, tão único, tão lindo. Deus, pudesse eu rebobinar a fita e dar um pause nesses tempos. Quando te beijei nesta última vez foi uma mistura de desejo e tristeza- queria que o tempo parasse ali e não se seguissem lágrimas nunca mais.
Mas estas não cessam. Culpa de quem? Minha, tua, nossa, dos outros. Culpa, medo, angústia tristeza e amor. Ingrato esse tal amor, primeiro mostra tudo que há de bom, depois vai ficando amargo. Ai de quem não sabe adoçar. Tem que achar a medida certa, mas eu sempre gostei de coisas fortes e você, doces. Que seja doce – repetia todas as manhãs o poeta. Mas que seja forte também, que não acabe, cabe somente a nós. Somente a nós? Não, não é verdade, mas cabe principalmente a nós.
Eu te amo e tu me ama, sim é verdade, mas até que ponto o amor é suficiente?
Antes, diria eu, antes seria o suficiente a qualquer momento. Naquele tempo de sonhos , seria suficiente. Hoje, não sei mais. Pega na minha mão, e me diz que ainda hoje podemos sonhar?
Por enquanto é apenas insônia.
Triste insônia.
Faz cafuné até eu dormir, até eu sonhar que aquele lugar no passado esteja tão vivo em algum lugar do futuro?
Mas, acordei no meio da noite, sozinha. Solidão.
Solidão, insônia, angústia e amor. A-M-O-R. Acredito que este ainda vai nos fazer adormecer o sono doce de quem sonha. Juntos.




(Mas, permaneço acordada essa noite)