domingo, 29 de janeiro de 2012

A nossa não história.

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Sinto saudades da história de amor que a gente nunca teve. Na verdade ela existiu, foi muito real na minha imaginação de garotinha apaixonada. Você, tão longe de mim, e ao mesmo tempo tão presente. Presente nos meus devaneios antes de dormir, nos sonhos, no meu pensamento. Mal sabe você, mas casamos diversas vezes. Na praia, no campo, em uma festa luxuosa ou em uma muito simples, somente eu e você. Piegas.
Ficava combinando meu nome com seu sobrenome. Sim, altamente brega isso - mas vamos confessar - todo mundo já fez isso algum dia. Enquanto eu e você ríamos sem jeito das nossas piadas, e fazíamos mil planos para quando a gente se encontrasse, eu já tinha vivido milhares de histórias de amor com você.
Muitos kilômetros nos separavam. Mas para a minha imaginação, isso não era barreira nenhuma. Amor aproxima, sabia não?
Ah, essa história de amor que eu inventei para nós foi boa, muito boa enquanto durou. Só que ás vezes precisamos da presença entende? Não somente de apoio, mas do ombro para chorar. Não somente do sorriso imaginado, mas do abraço longo e apertado, do cheiro da pele, do toque, do olho no olho.
Esse nosso não-amor que era mais amor que muitos que vivi, faz falta. Da saudades. Vez em quando ainda imagino você e eu, em um mundo que não existe distância, mapas ou barreiras. Mas só imagino, devaneio.
Pois ainda que eu tenha as estradas que me levem até você, ficar aqui é mais seguro. Obrigada por esse amor que nunca existiu, mas que construiu entre a gente um carinho que é muito real.




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domingo, 22 de janeiro de 2012

Sem roteiro.

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Bom seria se a vida fosse como nos  filmes - esses de romances engraçadinhos e açucardos que assistimos num sábado a noite quando não se tem o que fazer, geralmente acompanhado com uma gordice qualquer e um pijama velho - enfim seguindo aquele roteiro um tanto previsível. Você sabe qual. A mocinha linda, inteligente, esperta, engraçada - porém sozinha- conhece o rapaz  lindo, espirituoso e um tanto cafajeste. Assim que se conhecem eles se odeiam, o que logicamente cria uma forte atração entre eles. A raiva é um grande tempero do amor, você sabe.Então eles ficam se pentelhando o filme todo, até que em uma noite discutem no meio da chuva (provavelmente porque o carro quebrou ou porque eleescolheu ir a algum lugar e deu tudo errado) e no meio da discussão eles se olham, se calam e se beijam ferozmente.
Aí, quando enfim descobrem o óbvio, alguém vem e estraga tudo. Seja uma ex com um plano mirabolante, ou um segredo dele, ou alguma coisa do passado dela... mas tudo da errado. Isso acontece, claro, para que no final ele  vá resgata-la antes dela embarcar em algum voô para o tibet, ou antes dele decidir virar monge, algo assim. Grandes entradas, sempre na hora certa, um novo beijo,e pronto, são felizes para sempre.
Mas a vida não é um roteiro de filme. Não temos certeza se o nosso cara lindo é só um cafajeste disfarçado, louco por nósk, ou apenas um sem coração mesmo. Se decidirmos ir embora para o Tibet, mesmo com aquela vontade de ficar, muito provavelmente iremos embarcar sem niguém correndo atrás da gente e dizendo para não irmos. Vai ter gente querendo jogar areia na nossa felicidade o tempo todo, e como vai, só que não vamos resolver nossos problemas com um beijo de cinema no meio da chuva. Na vida real as coisas são mais complicadas.
E muitas vezes nós mesmo complicamos, porque queremos que nossa vida imite a arte. Queremos grandes paixões, beijos em Veneza, juras de amor na chuva e Bbrad Pitt loucos pela gente.
Mas nossa vida não é sessão da tarde. O que não significa, é claro, que ela é menos interessante... pelo contrário! Aqui, no real, é muito melhor. Fugir dos clichês. Surpreender. Sem final feliz... mas descobrindo um pouco a felicidade a cada dia. E se as coisas sairem do roteiro? A gente reescreve. Temos uma nova chance todo dia quando acordamos, para ser o personagem que quisermos.






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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Um conto. (V)

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Tinham 16, época doce. Parecia que esse amor jamais teria um fim,  não há quem não dizia que eram feitos um para o outro. Na verdade eles eram bem diferentes - ela sonhadora, porém firme, personalidade marcante, vivia em devaneios. Ele um pouco mais pé no chão, prático, realista - mas o amor que ambos tinham era incontestável. Faziam tudo juntos, se divertiam até quando não faziam nada demais - domingos assitindo filme ou almoçando na casa da avó eram os mais divertidos. Se entendiam por olhares, entendiam um ao outro. Aos 16, tudo era mais doce, tudo era para sempre.


Tinham 18. As coisas já não eram tão doces. Discutiam mais que conversavam, ela sempre mais histérica falava sem parar,  ele não concordava com nada nunca, os caminhos que queriam seguir já não eram tão semelhantes. Eles se amavam, amavam muito, mas o amor já não era mais suficiente. Terminavam e sofriam por dias, até que voltavam e sofriam por não conseguirem mais lidar com aquilo. Ela queria tentar, queria esquecer, recomeçar, ele já não tinha mais paciência para nada. Mandou ela ir embora várias vezes, ela nunca ia. Mas um dia, já com o coração machucado demais e com a estrada grande  pela frente, foi. Deixou ele para trás, enterrou as mágoas e foi.


Tinha 27. Teve muitas namoradas, mas sempre faltava algo. Sabia que sentia falta dele todo dia, mas nunca teve coragem para voltar, ou lhe dizer isso. Ela agora estava linda, feliz, e com alguém - ele se perguntava se ela sentia tanto a falta dele como ele sentia a dela. Se lembrava das vezes que corriam na chuva,  das discussões que acabam em beijos apaixonados, das promessas que tinham feito. Se lembrou dos medos, dos erros tão comuns da idade. Mas não voltou, não procurou, não perdiu perdão, não teve coragem Ainda hoje não tinha coragem, e assim acabou por ser espectador de uma história que poderia ser vivida por ele. Aprendera a lição, mas não conseguia mudar de capítulo.


(ela também sentia certa falta, mas procurou enterrar as lembranças. Resolveu plantar seu amor em outro lugar).

 “Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada. Daqui a pouco você vai crescer e achar tudo isso ridículo.” Caio F. Abreu

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domingo, 15 de janeiro de 2012

Divirta-se!

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Que a gente deixe de ser sério o tempo todo. Que sejamos inconsequentes algumas vezes. Vamos cantar loucamente uma música que não sabemos a letra. Se aventurar por lugares desconhecidos - fazer algo que não esteja programado. Dar uma chance para aquela pessoa que é um pouco diferente daquilo tudo que se deseja - quem sabe ela não pode te surpreender? Meus amigos, vamos dar risada dos nossos problemas de vez em quando, acordar um domingo de ressaca e se lembrar de um sábado a noite divertido. 
Somos jovens e livres (ok, alguns nem tão jovens nem tão livres) para levar a vida tão a sério! Colocar um tempero diferente nos dias é sempre bom.
Mas é claro, não podemos fazer disso uma regra - precisamos dos dias chatos, das filas do banco, do mês maior que o salário, do silêncio, da rotina - precisamos de todas essas coisas tão pouco glamurosas para aprender a amadurecer. Crescer é difícil e complicado, mas estar sempre jovem é um estado de espírito que precisa ser lembrado. Não vamos ser uns velhos de 17 anos, tampouco uns adolescentes de 35. Vamos aproveitar cada fase da vida, sem deixar de se sentir adolescentes de vez em quando, ou ter dias tão chatos como os de um adulto cheio de responsabilidades.
Tempere a vida com um pouco de risadas, meu amigo. Mas não se esqueça, como disse o poeta: que rir é bom, mas que rir de tudo é desespero. 






ps. além de escrever, fotografar também é minha paixão. Quem puder dar uma força e curtir minha página de fotografia, eu agradeço!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Summer Breeze

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Tardes quentes e longas. A brisa um pouco gelada arrepia a pele queimada do sol. Voce arrepia minha pele morena quando encosta mim, feito brisa de verão. No fim de tarde, caminhadas na areia, risadas a beira-mar, seu beijo doce. Gostinho de sal, de mar, de férias – como um sonho de uma noite de verão, você surgiu.
Rato de praia, a pele bronzeada, olhos verdes como o mar, cabelos ressecados. Quantos anos? Não importa, alguns a menos. Você me faz sentir novamente com 16, época doce, em que as tardes de verão eram igualmente quentes e longas, e os amores leves como a brisa do mar. Agora, tanto tempo depois, me refugio nessa sua leveza, nesse teu jeito afobado e ao mesmo tempo tão delicado, nessa risada alta e nesse abraço quente. Inconseqüentes, ficamos bêbados durante a tarde, rimos durante a noite toda, você experimenta todos os drinks do menu e me diverte com as histórias dos turistas, eu, tão turista, te divirto com minhas histórias chatas do trabalho. Nadamos nus, dançamos na areia, fazemos amor – livre como se deve ser a estação – num barquinho a beira-mar.
Cada dia uma surpresa, uma sensação nova, uma loucura, perdemos o folego, encontramos nossos olhares. Como eu queria ter sua idade, ser dessa praia, desse lugar – mas assim não teria graça, diz você. Assim não seria eu.
Moreno, as férias vão chegando ao fim, tenho que voltar para a rotina da realidade, onde a brisa de verão é trocada pelo ar frio do ar-condicionado. Amei você por um verão, mas seria muito fácil amar você por todas as estações.