quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acabou.

foto: Weheartit.com


Mas então você me diz que acabou. A-C-A-B-O-U, assim, com todas as letras. Elas pesam, demoram para ser ingeridas. E quando finalmente são, quando cai a ficha, dói. Tudo dói, e parece que é a maior dor do mundo, com milhares de farpas entrando no estômago. Dói ter acabado, doi tua frieza, tua ausência, indiferença. Dói você não estar aqui pra me dizer isso.
Ontem, era todo o amor do mundo. Era aquela coisa de pra sempre, aquela coisa de não deixar nada, nada nem ninguém acabar com isso. Ainda ontem, eram promessas, carinhos, beijos, risos.
Ontem me pareceu tão distante, tão ilusório.
Chorei. Chorei pela coisa que senti morrendo dentro de mim. Chorei por não saber o que fazer com todo esse amor que cisma em querer sai. Essa mistura de dor, frustração, amor. Chorei por ouvir você dizer que me ama - dizer de uma maneira dura e mecânica - e saber que isso não é mais suficiente para ti.
E de repente vem tudo como naqueles velhos clichês de filmes. Vem suas risadas ao pé do meu ouvido, sua cara amassada pela manhã, seu braço me abraçando e me protegendo do mundo, todas as lembranças que foram boas- que são boas - mas que agora parecem só torturas.
Falo para mim que não quero te ver nunca mais. Mas o que eu sei, na verdade, é que quero que você apareça na minha frente, assim de repente, com a barba mal feita - apareça na minha frente e me diga que foi tudo um engano, que não pode viver sem mim, que quer ficar ao meu lado, que nunca me perderia.
Mas ainda é mais fácil não te ver nunca mais, do que acreditar nessas falsas esperanças.
Ninguém morre de amor, é o que dizem. Não vou morrer, vai passar, talvez leve tempo, um mês, dois, uma vida toda.
Ninguém morre de amor. Mas é como se eu só vivesse uma meia vida sem você.
Mas, acabou.
O que me resta, é retirar as farpas. Ou colocar uma barreira e fingir que ta tudo bem, que vai ficar tudo bem. E te esperar silenciosamente, acreditar que o tudo que você me disse um dia foi verdadeiro.



“A impressão que tenho é que nunca vai passar. Que a cicatriz não fecha. Que só de esbarrar, sangra.” - Caio F. Abreu


obs.  Não é um texto bonito. Mas é sincero, real.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tão sua.

foto: weheartit.com

Era uma tarde de verão qualquer, e você estava deitado no chão da sala, tentando inutilmente se refrescar no piso gelado. Deitado no chão da minha sala. Tão meu - eu pensava enquanto você estava deitado reclamando do calor e de algo na tv - tão meu que dava medo de te perder nesse mundo tão grande.
Você parou de falar e segurou na minha perna. Não forte, mas já senti seu calor, e a pressão da sua mão sobre a minha pele, e me lembrei de tantas vezes que senti a sua pele sobre a minha, a pressão do seu corpo sobre o meu - me enchi de uma felicidade que não cabia dentro de mim. Era amor, sempre soube. Mas pra que rotular as coisas? Então não sei o que era, só sei que era. Era você, tão único, tão meu, no chão da minha sala, com a mão sobre a minha perna.
Ta fazendo o que? - você perguntou, tão preguiçoso.
Nada.- disse eu. Mentira, estava pensando em você, em nós. Mas não disse. Por que a gente nunca diz?
Deita aqui - e então me puxou, delicadamente.
Deitei no chão da sala que era minha, ao lado dele, que era meu, tão meu.
Me beijou, o calor, o piso frio, eu tão sua.
Tão protegida nesse meu mundo. Quanto tempo dura? Quanto tempo vale?
Quem se importa?
Porque naquele momento, ali e para sempre, ali por um segundo, éramos tão nós em nossa plenitude. E parecia caber o mundo naquela sala, naquela tarde de verão.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Queria estar dormindo.

Eis que não atualizo muito esse blog, mas é devido a pseudo-morte do meu pc. Não abandonei esse blog da minha vida, e novos posts estão por vir :)

Mas é que agora, tenho um projeto novo. O Blog QueriaEstarDormindo, dentro do site da Fayard.me . Preciso da visita de vocês, twittem, curtam no facebook, leiam, etc.

Lá, atualizo todo dia, sobre diversos assuntos. Aqui vai um trecho do posto de hoje:

Quarta-saudade-feira

"Deve ser porque hoje é quarta-feira e quartas-feiras eu tenho mais saudades - porque segunda é dia de reclamar, terça é tão whatever, quinta é dia de esperar sexta e sexta é sexta né - mas quando vi, estava eu lá com meus nove anos pedindo um real pra vó. Sabe, em 1998 um real era muita grana. Eu ia na boboniere da esquinae podia comprar um cascão com duas bolas e cobertura, com um real. Ou um monte de teta-de-nega e pé-de-moleque."

O restante em QueriaEstarDormindo. Acessem :)