quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Trajeto.

imagem: http://weheartit.com/entry/1383355



No começo são risos. Mais risos.
Querer ficar junto o tempo todo, beijar o tempo todo. Um dia de solidão já dói no peito.
Tudo é tão legal, que achamos que vai ser pra sempre.
Amamos eternamente, planejamos o futuro – meninas sonhadoras imaginam como será o casamento e os filhos, rabiscam no caderno como seria seu novo sobrenome- esquecemos o passado.
Então, aí está o maior erro: esquecer o passado. Esquecer os amigos, esquecer os momentos da família, esquecer os momentos de solidão até.
No lugar dos esquecimentos surgem o ciúmes, a desconfiança, o egoísmo. Achamos que o mundo é só nosso.
Então surgem brigas e mais brigas. Idas e vindas, mais idas e vindas, coração machucado, brigadeiro e músicas de fossa. É o fim, o fim do mundo, do nosso mundo, vou morrer. Tudo dói, nunca vai passar.
Mas passa.
Aos poucos, passa.
Não, nunca mais amaremos de novo.
Mas acho ele interessante. Alguém novo pra variar. Vou sair mais uma vez.
Mais uma semana, mais um mês.
E no começo, são risos e mais risos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Confuso.

imagem:http://gettyimages.com.br

E estávamos ali de mãos dadas, caminhando, eu falando sem parar – como é do meu feitio – e você ouvindo, rindo por vezes, olhando profundamente pra mim.
Olhei você a fundo por instantes, e esses instantes foram suficientes pra perceber que não sei quando, onde, (Por que Meu Deus?) deixei-me levar. Levar-me por ti e seu sentimento austero porém doce, que me emprestava alegria todas as horas, sem eu saber por que. Piegas, sei eu.
O amor é piegas.
Alias, o que é o amor?
Algo que eu estava de tanto e tanto evitando, negando, blasfemando, por medo de amar errado de novo? Porque o amor pode ser grande, mas é preciso ter o cuidado para não se amar errado, amar errado machuca mais que a ausência do sentimento.
Apertei a sua mão.
Te beijei suavemente.
E ali parecia não ter como sentir dor, amar errado. Em um segundo me confundi e quis amar.
O amor é confusão.
E aqui estou eu, segurando a sua mão, me confundindo mais ainda.



Obs: Quem dera se a história do post anterior fosse verídica :)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sonho de verão.


imagem:http://gettyimages.com.br

Sentei na areia, na praia vazia, e fiquei olhando o mar. Não me dei conta de você se aproximando, de tão distraída que estava, só percebi quando você sentou ao meu lado. Fiquei brava por instantes, pensei no por que você sentara ao bem ao meu lado quando tinha uma imensidão de areia branca e mar azul pra escolher. Eu queria ficar sozinha, só eu céu e mar. Mas você sentou ao meu lado, e continuou quieto como se eu não estivesse ali. Curiosa, espiei você. Olhava o mar com um ar de mistério. Você era lindo, e eu pensei que já tinha tomado muito sol, pois você parecia um sonho de verão.
Ri distraída, e você olhou pra mim. Lindos olhos azuis. Não falamos nada. Queria esse momento pra sempre.
Você tirou o cabelo que teimosamente caia em meu olho, senti um arrepio, um frio naquela tarde de sol.
Nos beijamos, um beijo calmo com gosto de pôr-do-sol.
Era meu último dia de verão, e você foi como um sonho. Desses que a gente não tem tempo pra viver na cidade.
E agora olhando pela janela, só me resta aguardar mais quatro estações.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

AM/FM


imagem:http://gettyimages.com


Porque quando estou quieta você parece que vem sussurrar coisas em meu ouvido.
Músicas com melodias que já não fazem mais sentido.
Fizeram algum dia, mas agora minha sintonia é outra.
Você canta em meus ouvidos, mas para mim já é algo triste. Apenas mais uma canção.
Entenda, por favor
Que no momento eu desliguei meu rádio.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Partida.


imagem: eu e ela.

Vamos em silêncio até a rodoviária. Não quero falar, não consigo falar sem chorar. Enquanto dirijo as lembranças vão passando pela minha cabeça. A música toca no rádio, e dói, dói mesmo. A gente sempre quer adiar a partida, melhor seria se não partíssemos mais. Somos uma vida em comum, e mesmo passando uma vida inteira longe, nunca deixamos de estar perto. É tão injusto que com toda a nossa afinidade, tenhamos que passar um, dois anos sem se ver. E sabe, a saudades dói de verdade, a lembrança dói, a distância dói. Dói toda vez que eu tenho que te ver partir, sem ter a certeza de quando vou te ver de novo. Dói não conversar contigo antes de dormir, dói não ter você pra arrumar as bagunças do meu armário – e da minha vida. Mas, como diz certa música ‘É difícil viver as verdade do mundo’ E estamos aqui mais uma vez partindo, nos abraçando, chorando. Mas tendo a certeza que somos mais que primas, irmãs, amigas. E de que temos um só coração, separado por 712 km (de acordo com o Google maps). Mas que você está aqui pra mim, sempre que eu preciso.


“Venço o cansaço e o medo do futuro.
No teu abraço é que encontro a cura do mal
Hoje eu acordei te quis por perto.”
O inferno são os outros – Detonautas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Suspicious minds.


imagem:http://gettyimages.com.br


Tocava Elvis e eu tomava meu café lentamente, mesmo na tarde quente que fazia. Meu vício.
Elvis cantava por mim, e eu ouvia de olhos fechados, absorvendo a musica lentamente, combinando com o jeito que bebia meu café. Fazia calor, e você, ah fazia tanto tempo que eu não te via e isso tinha um gosto amargo.
Nem sempre saudades é doce, dizia você.
E nem sempre pra sempre quer dizer pra sempre, pensei eu.
E continuei só ali, absorvendo a música, o café, e a saudade em qualquer gosto que ela tivesse,
Era um fim-de-tarde de verão, e eu deixei a porta aberta.
Afinal, eu disse que nunca mais.
Mas nem sempre nunca quer dizer nunca, você me disse, antes de sair.


"Oh, let our love survive
Or dry the tears from your eyes
Let's don't let a good thing die."
(Elvis Presley).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Summer Love.

imagem:http://gettyimages.com.br



E, de repente, quando menos se espera – geralmente nas situações mais banais - eu me lembro. Passa um filme na minha cabeça, de tudo que passamos juntos naqueles momentos mais especiais da minha vida. Do lugar em que nos vimos pela primeira vez, das conversas bobas que a gente tinha, das piadas que só a gente entendia. Eu esperava o ano todo pra te ver, mas não importava pois sabia que você estaria ali a me esperar com seu sorriso sempre grande. Nos abraçaríamos, mas não um abraço qualquer, apenas aquele tipo de abraço que dispensa palavras.
Por muito tempo, minhas angustias sumiam ao te ver. Mas agora, minhas angustiam surgem justamente por você não estar aqui. Eu estou, naquele mesmo lugar de anos, com uma esperança que grita muda dentro de mim de que quando eu menos esperar você irá surgir, descalço, de bermudas, me olhando com aquele jeitinho que só você tem.
Mas enquanto isso, só me resta passar pela sua rua.
E lembrar, com uma felicidade triste, de tudo que a gente passou.