sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Pessoas dão preguiça.

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Preguiça das pessoas e desses joguinhos sociais, saca? Bom, deixe-me ser clara: Toda essa coisa montada, esse script que temos seguir quando conhecemos alguém. Visualize: você se arruma, chega na festa. Olha para os lados, vai até o bar, retoca o batom vermelho e dança mais um pouco. De repente ali, de camisa xadrez e barba por fazer (já que agora o lema é faça amor e não a barba), está ele. Olham-se, você desvia o olhar, dança como se não tivesse percebido a figura. Olha de novo, ele sorri, você bebe seja lá o que estiver bebendo e ele se aproxima. A abordagem vai variar de acordo com o lugar que você esteja freqüentando (espero eu que não seja uma balada sertaneja – nada de agora fiquei doce), você reza para que ele não venha com um papo muito furado. Aliás, você reza para que ele tenha papo, que não venha já te segurando, querendo te beijar, afinal as pessoas tem essa mania hoje em dia. Elas querem primeiro beijar para (talvez) depois se conhecerem. Triste. 

Trocam algumas palavras, ele falou algo engraçadinho e você sorriu. Seu sorriso foi elogiado. Vão para um outro lugar porque ali não da para ouvir direito. Aham, sei. Ele tem até uma tatuagem legal no braço e parece ser bem bonito de perto – ah não, nada tem a ver com as duas doses de tequila- então você vai. Talvez vocês conversem mais um pouco, talvez não... Mas, supomos que sim. Então, logo começa aquela auto-publicidade toda – e isso meu caros, me cansa muito, muito muito. É aquela coisa, você é acadêmica de (insira seu curso aqui), faz estágio, rala pra caramba, não liga para coisas fúteis (apesar de estar usando um sapato mega caro), assiste filmes de Tarantino e gosta de ler (mas não diz que é fã de Nicholas Sparks). Ele diz Jura?? Elogia seu curso, faz alguma piada sobre você ser muito inteligente, diz que surfa/anda de skate/toca violão e que no próximo ano vai fazer intercâmbio para a conchinchina, que por acaso é o lugar que você sonha em visitar. Você quer ir viajar o mundo para fotografar, e adivinhe só! – ele ama fotografia. Risadas juntos, pega na sua mão, beijam-se, apertam-se, sorriem, beijam-se de novo. 

 Então ele tem que ir, tudo bem. Aí ele pega seu número e diz que vai te ligar. Amanhã mesmo, pois quer falar sobre uns lugares ótimos na conchinchina que da para fotografar. Você passa seu número, faz alguma piada qualquer enquanto ele segue com os amigos. Você então vai ao banheiro com as amigas – conta tudo nos mínimos detalhes, imagina, tanta coisa em comum! E assim a noite segue, quase que com o mesmo roteiro. No outro dia ele não liga – mas você já sabia disso. De repente ele nem parecia tão interessante e sua cabeça dói. De noite você nem se lembra mais sobre a Conchinchina e suas fotografias.

 Entende o que eu quero dizer? Cadê a naturalidade das coisas? Por que temos que ficar nos inventando? Tão simples ser direto. Tão simples ser você. Mas ser você te deixa menos interessante? E se você simplesmente falasse que nunca ouviu falar de conchinchina nenhuma, mas adora viajar para o interior de São Paulo? Ou então ao invés de ser super fã da banda que ele acabou de mencionar – e você nunca tinha ouvido falar antes – dizer que gosta mesmo é de ouvir los hermanos, mas adoraria conhecer um pouco mais sobre a tal banda. Que tal rir das incompatibilidades? Que tal não dar seu número – pois você sabe que ele não vai ligar- e ao invés disso anotar o dele. E não ligar. Ou ligar, se tiver vontade, porque não? Não temos que seguir sempre o mesmo script mesmo.

 E isso que é o bom. Reinventar. Inovar. Sair do mesmo. Agora entende porque ando cansada desse joguinho social? Ah, legal mesmo é falar, fazer e sentir o que der na telha. Agir livremente, sem ficar pensando em seguir um padrão porque é assim que deve ser feito. Quero mesmo é fazer como eu bem entender, sem precisar ficar pesquisando sobre as conchinchinas da vida, se o que eu gosto é o fora do comum. Que me aceitem assim, ué! Ou se não aceitar, que apenas respeitem. Tomara que existam pessoas que estejam com o mesmo cansaço que eu.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Plante a paz, colha o amor.

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“É para todos, não importa de onde você é, o amor, ele cruza todas as linhas.Como o sentimento de todas as estações mudando, o amor é uma memória, e nestes últimos dias, quando a iniquidade arde, o amor verdadeiro fala”. 

Essa música é True Love, da banda Soldier of Jah Arms, mais conhecida como S.O.J.A. Escolhi ela para começar esse post não somente pela beleza que é sua letra, mas pelo grande sentimento que ela passa. Porque eu acho que música é isso, é sentimento, é coração, é amor... Música de verdade toca você, arrepia, emociona. Não é como aquele monte de enlatado que a gente engole todos os dias – não, música de verdade é poesia, vem da alma e você sente isso. 

E o reggae meus caros, é cheio disso. Cheio de sentimento. Suas letras falam de amor, de Deus em todas as suas formas, de paz e de coisas boas. Mas é incrível o preconceito que o reggae sofre! Já cansei de ouvir que quem curte reggae é um bando de marginal maconheiro, que não faz nada da vida. Bando de vagabundos. Quando ouço essas coisas, eu realmente tenho pena dessa gente de alma tão pequena e cabeça tão limitada. Gente preconceituosa, gente que não se dá ao trabalho de ter fundamento com o que fala. 

 Conheci por esses dias um garoto (lindo), que tinha dreads. Ele me disse que tem gente que chega a atravessar a rua para não passar perto dele, por achar que ele é assaltante ou algo do tipo. Ele é claro falou isso rindo, acha engraçado essa reação das pessoas. Ele não se importa, porque ele sabe quem ele é, sabe de seus princípios. Agora, que princípios tem esse tipo de pessoa que atravessa a rua devido a aparência da outra? Que julgamento é esse? Isso é triste, muito triste.

 Então, antes de levantar o dedo e sair julgando as pessoas ao seu redor, lembre-se que “quem planta preconceito, racismo e indiferença, não pode reclamar da violência”, afinal “quem planta a violência, colhe o ódio no final”. Boas palavras, Natiruts.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Se amem baixinho

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Quem aí não conhece um daqueles casais que fazem questão de berrar aos quatro cantos que se amam? Demonstração de amor é lindo, claro, mas como tudo que é em excesso fica chato. E soa um pouco falso também. Ah como cansei de ver casais que se amavam todo dia para sempre através das redes sociais e na outra semana já não estavam mais juntos. Quem muito faz questão de mostrar, creio eu, é porque não tem certeza que tem. 

O melhor jeito de dizer que se ama é não dizendo, é sentindo. Ali, no silêncio do quarto num domingo, de bobeira no sofá da sala: se olham, nada dizem. Um sorriso e um beijo – precisa de palavras? Ou então quando ela finalmente vai naquele jogo de futebol lotado com você, sendo que ela detesta futebol. Mas está ali do seu lado, com a camisa do seu time, veja só. E sorrindo, que sorriso lindo. Ela não precisa berrar que te ama. 

Quando ele chega com chocolates para acalmar sua TPM. Ou então faz a janta – miojo com salsichas – e lava a louça ainda por cima, daquele jeito dele, mas lava. Ele faz isso por que? Porque te ama garota. Não é só enchendo a sua página de recados românticos (leia-se bregas), sua caixa de mensagens ou seu ouvido toda hora. Isso não é amor, é chatice. Ou até insegurança, ou quem sabe medo de alguma coisa? Vai saber. Mas com certeza é mais legal ser surpreendida com uma mensagem no meio da tarde de quarta-feira do que já ter certeza que de minuto a minuto ele estará atualizando o boletim de romance de vocês. 

 Se amem, mas amem baixinho. O amor é onipresente. Não precisa querer gritar ele aos quatro cantos – é nas entrelinhas que ele se faz presente. E  bem mais gostoso.