sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Já foi, já foi.

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Enquanto eu estava rindo de alguma coisa de repente me lembrei de você. Quis, então me lembrar do seu sorriso – do barulho dele, da sua cara com ele, qualquer lembrança que fosse de você sorrindo - mas não consegui. Me esforcei, me esforcei um bocado mesmo e nada. Nem uma lembracinha sequer. Então tentei me lembrar da sua voz. Era rouca ou mais suave? O que me dizia sempre? Não lembrei. Quis ir mais longe ainda e ver se conseguia recordar-me do seu cheiro, aquele cheiro que tinha o seu pescoço e me fazia tão bem, aquele melhor cheiro do mundo. Que cheiro tinha o melhor cheiro do mundo? Não soube dizer. Não consegui lembrar nem um vestígio sequer do tal aroma. 

Que ironia, eu pensei. Porque um dia era a sua voz (rouca?) ao pé do ouvido que me arrepiava. Eu contava as horas para poder te abraçar e sentir o cheiro (de que mesmo?) que ficava bem entre a sua nuca e orelha. Teu beijo, que eu me lembre, encaixava com o meu, mas agora parece que as peças nunca foram do mesmo formato – nada, nadica de nada me parece que aconteceu. Pensava eu que não conseguiria viver sem voce, e veja só! Parece que nunca vivi com você. Você quem mesmo? 

 Me lembro de algumas poucas cenas ensolaradas. Coisas muito vagas sabe? Como num borrão. Será que vivemos tudo aquilo mesmo? Tenho a mesma sensação com os dias ruins. Tivemos dias ruins? Tivemos muito dias? Será que sou isso para você também, uma coisa escrita a lápis, que está se apagando? Parecia que era tatuagem, coisa de pele, permanente. Mas desbotou. Sem colorido sem nada. A página vai ficando em branco. O que tínhamos escrito nela? Não sei, não lembro da sua letra. 

 Parei de (tentar) relembrar. Voltei a rir, porque de repente nem sabia mais quem era você. Isso não é engraçado? A tristeza já foi, e aquele tempo, foi faz tempo. Agora, nessa leveza de página apagada vou-me rindo. Ria por aí também.

2 comentários:

Danni Coutinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Danni Coutinho disse...

Com certeza depois te um tempo começamos a nos acostumar a viver com a ausência de algo que um dia fez parte de nós,ou pelo menos achamos que era parte nossa e imaginávamos que não conseguiríamos, viver sem mais veja só, estávamos enganados.
Beijos no coração desculpe a ausência.