quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Love is a verb.

Love ain't a crutch, It ain't an excuse


Amor é um verbo. Difícil de conjugar. Perfeito, pretérito-mais-que-perfeito, composto, futuro-do-pretérito, presente, imperfeito. Por vezes, soa como uma onomatopeia – disfarçamos ele com palavras toscas para deixar mais suave aquilo que já era para ser dito por si só. Ele parece uma ironia também. Tem gente que o trata como um substantivo qualquer, outros querem que ele seja o sujeito da ação, mas ele é a própria ação, não o deixe estagnado, não coloque três pontos, não seja ridículo de termina-lo com um etecetera. Eu não sou boa em conjugação verbal – parece que ele é o futuro de um passado perfeito que está preso num futuro imperfeito, sem interjeição.

Busco sinônimos, encontro anônimos. Disfarço com metáforas, recebo como resposta a antítese daquilo que digo sentir. Faço dele uma hipérbole, exagero, drama, mas ele volta sempre como uma sinestesia: no cheiro que me lembra uma música que me lembra um gosto que me lembra uma pele que me lembra um som que me lembra você. Assim, sem vírgula, ou exclamação – por hora, questionamentos, agora, ponto final.  Um paradoxo que tenta aproximar nossas ideias contrárias, redundante porque digo sempre o mesmo. Que não quero. Que sou analfabeta. Que cansei. Que não conjugo, que ficou no pretérito, que não pretendo futuro, que foda-se o presente. Usei um palavrão, que destoa com o tom das metonímias que uso para complicar aquilo simples de dizer. Porque o amor é verbo, é palavrão, é sujo, eloquente, quente, quente, quente.

Estou me contradizendo: amor não tem tempo. É um verbo puro. Amor apenas é. Do verbo ser mesmo. Assim, simples: amor é. Amar é. A gente é. Não era pra ser, é. Porque (tudo junto, conforme mandam os bons professores de português) não tem erro. Não existe era amor, foi amor ou será amor, já era amor antes mesmo de ser.


Não sei. Estou prolixa. Mas espero que entenda minhas entrelinhas.