segunda-feira, 4 de abril de 2011

sem razão

Iamgem: weheartit.com

Eu sou uma encrenca, você bem disse. Eu olhei pra ti, e em meio a fumaça do meu cigarro que você tanto odiava mas que eu não conseguia largar, eu sorri.
Trouble, você disse, como na música do Elvis.
Eu apenas sorri novamente.
Incrível como a gente era diferente. Eu era a sua encrenca, você minha calma. Eu cheia de vícios, você manias. Eu aqui, na janela de calcinha e com a sua blusa xadrez fumando um cigarro e cantarolando Elis Regina e você deitado na minha cama fazendo as palavras cruzadas do jornal, reclamando baixo sobre as notícias da TV.
Te olho e me lembro de quando te vi pela primeira vez. Chato, pensei, enquanto te ouvia na fila discutindo sobre uma coisa qualquer. Mas quando tu pediu tem café preto, forte e sem açúcar, te olhei de novo.
Me olhasse também, mas nem demonstrasse interesse. Achei isso interessante.
E de repente eu estava sentada na mesa junto contigo, e continuei te achando chato, mas não conseguia sair dali.
E por dias tomávamos nossos cafés amargos e constatávamos que éramos diferentes mesmo – ora, você nem nunca tinha ouvido falar em Janis Joplin, eu por minha vez detestava política – mas ainda assim eu esperava todo dia o intervalo da aula só para estar do teu lado.
E assim foi indo, até que hoje estamos aqui num fim de semana qualquer acordando abraçados, contrariando qualquer razão.
‘Mas quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?’

3 comentários:

Ana Júlia disse...

"E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?" isso é fato. E o post não nega que mesmo quando parecemos nao ter nada em comum, há algo que nos une e a paixao simplesmente acontece.

bj!

Bruna Franco Teixeira disse...

Tem um selinho pra você neste link: http://freescura.blogspot.com/2011/04/selo-que-seja-sempre-doce.html

beijão :*

Bruna Franco Teixeira disse...

Ain, achei lindo de mais *-* Consegui enxergar toda a cena em minha mente. Maravilhoso :D