quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Uma saudade gritante que tive que gritar

É que em alguns dias acontece com mais força que nos outros. Chega no meio do nada e me invade como uma onda enorme que surge no oceano e de repente te engole, te sufoca, te faz mergulhar em um momento de desespero até que você consiga emergir e ver que sim ainda existe o horizonte, ainda tem ar, que os dias ainda são. Mas esse pequeno momento de sufoco dói. Dói na alma. É isso - eu sinto a sua falta no meio da minha alma, que às vezes grita mais alto que nos outros dias. Queria poder gritar isso para você. Saudade dói. Saudade dói pra caralho - em alguns momentos, como exatamente agora, mais que em outros.
Lembro do seu olhar sempre iluminado e cheio de histórias secretas. Indagadores e apaixonados pela vida, assim como você. Sei que estão opacos neste momento, sei que tem sido dias difíceis e intermináveis, sei. Só queria poder te colocar no meio do meu braço e te sentir, queria que você sentisse todo esse amor que só aumenta com todo esse caos. Queria que não tivesse esse caos - mas ele acontece, por motivos que a gente não entende agora, mas acontece. E não nos resta nada há não ser a espera. Eu espero - e ás vezes me desespero pela espera - mas espero. E ela vai acabar um dia. Esse dia será lindo - quando eu puder olhar de novo em seus olhos e você olhar para os meus, quando nossos olhos transbordarem toda essa água, mas por outro motivo. Todos os dias que passam - alguns mais lentamente e difíceis que os outros - eu penso que está mais próximo. Não sabemos sobre tempo. Não sabemos sobre o futuro. Mas sabemos. Você sabe o que eu digo - no fundo no fundo, não poderia ser diferente.
Nesse espaço infinito que há de ter fim, nesse lacuna que estamos vivendo, temos que ser fortes. Temos que ser. Há de acabar.
Te espero. Penso em ti. Todos os dias, penso em ti. Que chegue, de alguma forma, até você.
(Mas nesse exato momento só queria dizer que minha alma grita desesperadamente de saudades. Imensamente).
Me lembro daquela tarde de sol. Você na janela e a luz do final de tarde em você. E dói. Mas seguiremos. Eu daqui e você daí, enquanto tiver que ser. Ainda riremos disso tudo um dia. E faremos poesia. Já estamos fazendo, você sabe. Já estamos.




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