sexta-feira, 25 de setembro de 2009

( )


Um vazio. Tudo escuro.
Lágrimas, vontade de fugir.
Tudo silencioso, tudo preto, um buraco.
Desculpe-me, hoje não estou poética,
apenas triste.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cafeína.


Café.

Sou café.

Tiro o seu sono assim que você me prova.

Sou quente e amarga. Não me adoce demais.

Me bebe amor.

Me toma.

Me ama.

Devagarinho, pra não se queimar.

Mas depressa o suficiente pra não me deixar esfriar.

Sente meu cheiro.

Tenha vontade de mim durante o dia: sou seu vício.

Sou café.

Me toma, me ama.



ps. Desculpe-me a ausência constante. É que ta osso!

domingo, 6 de setembro de 2009

Cinza

Imagem:http://gettyimages.com.br


O dia era frio, cinzento. Eu estava escondida debaixo dos cachecóis e casacos tão nublados como o dia que eu observava da janela daquele bistrô vazio. Tomava meu café (mais café que leite, sem açúcar) totalmente alheia a tudo. Eu queria estar alheia.
Precisava estar alheia. Alheia pra esquecer. Eu não queria sol, não queria calor, não queria o colorido de nada. Eu quase me camuflava com tom acinzentado do ambiente, eu era só parte do cenário triste de um dia triste. Mas nem sempre fui assim, eu preferia o sol a tempestade, o calor ao frio. Mas nem um dia de sol brilha eternamente, e o meu sol se apagou. Fugiu com a lua, me deixou a ver estrelas. Me deixou a tomar o café amargo em um lugar empoeirado, só pra que eu não fosse notada. Eu estava lá bebericando meu café com lentidão como se isso fosse um mártir. E você não estava. Num susto, bebi meu café num gole só, e quando não queimei a língua, percebi que estava frio, e amargo. Olhei pra mim e vi que eu estava igual. Então, sai, na chuva, no frio, sai cinza na escuridão, mas algo dentro de mim estava diferente, e um sorriso confuso se plantou em meu rosto, afinal nenhuma tempestade dura pra sempre. Quanto ao meu sol? Agora eu estava atenta: não me queimaria de novo, usaria protetor solar, do ultimo fator. Ou, arranjaria alguém que a lua abandonou, pra se unir a mim a ver estrelas.