domingo, 9 de agosto de 2020

e eu não sei.

 então eu estava editando fotos e comecei a lembrar que num tempo - que mais parece outra vida, e é mesmo - eu costumava escrever. com todo meu amor. com todo sentimento sem nome que brotava em mim enquanto eu escrevia. 

e eu parei, não sei o motivo. talvez porque a vida agora é outra. talvez porque nessa vida eu não tenha mais muito tempo para gritar palavras mudas num papel. ou arranje desculpas para não fazer, ou quem sabe faça de outra maneira. enfim.

resolvi dar uma olhada nesse velho blog. foi intenso revisitar sentimentos escritos, ainda que desbotados por esse tempo, por essa outra vida. resolvi tentar logar, e para a minha surpresa, consegui. foi como se um portal tivesse se aberto em minha frente, e agora estou aqui, falando sobre nada para ninguém, embora fale muito para mim mesma.

uau. me sinto até eufórica enquanto as palavras saem dos meus dedos frenéticos nesse computador, preenchendo espacinhos em branco para dizer algo, ainda que esse algo seja sobre nada.  há uma grande possibilidade no nada.

e antes de escrever parecia que eu queria dizer tanta coisa, que agora me fogem - ou será que me encontram?

não sei. quando comecei esse blog, comecei falando que não sabia. e continuo não sabendo. não saber é o que me motiva, eu acho. 

mas a vida agora é outra. que bom. porque o tempo passa, esse cliche é muito verdadeiro - assim como tantos e tantos outros que deixam de ser cliches quando a vida vai passando.

e eu não sei. escrever é egoísta e requer coragem. 

e eu não sei, mas talvez continue. meu coração bateu mais forte. 

eu não sei, e nunca saberei, e isso me faz mais potente.

eu não sei

e isso é uma puta sabedoria.