quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Blues.
Imaginei que estava frio, mas o céu estava limpo, e eu estava ouvindo um blues enquanto fumava meu cigarro distraidamente sentada no chão da área. Na verdade, talvez estivesse tomando café, ou coca-cola, pois odeio cigarro, apesar de achar que ele tem seu certo glamour.
O cachorro quieto e preto, tão preto quanto a noite solitária que fazia, estava sobre meus pés, compartilhando toda a sua ausência que preenchia aquele espaço.
Seu perfume ainda estava no ar, assim como as palavras soltas que você me disse ainda estavam ao pé do ouvido. Com essa lembrança estremeci, dei mais um trago, um gole ou sei lá, fiz qualquer coisa absurda pra poder esquecer o que berrava para ser lembrando, tão vivo ainda estava.
Aumentei o volume da música, senti mais frio.
O cachorro encostou a cabeça no meu colo.
E nessa hora me lembrei de você saindo da cama, com pressa.
Te amo, você disse. Mas tenho que partir.
Beijou minha mão, e foi.
E eu me recordei que tinha que voltar para a cama vazia.
Apenas imaginei. Talvez tenha sido tudo um sonho nessa tarde quente de verão, onde estou de fato ouvindo blues.
Mas será que esse seu perfume, que senti subitamente, eu também imaginei?
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3 comentários:
Perfeito. E é incrível o quanto a droga de um cigarro é poético.
Beijos
adoro estes textos voadores, rsrs
quando a imaginação toma nossa mão e dá ordens por vezes errôneas a nossa consciência, rsrs
O lance é...
Aumentar o volume da música, e voar com o que nos convém, rs
bons dias
É incrível o poder da música...
Pode nos levar aos locais mais distantes, nos fazer sentir a presença de alguém especial e assim, tudo vem a tona, seja na memória, ou na imaginação!
Beijo
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