Eu não
entendo. Eu não entendo. Eu não entendo.
E isso me
basta.
Se entendesse,
estaria aqui no meio dessa sala colorida (dolorida?) desentendo-me do tudo ou nada ou tudo que é você? Sei como
tu chama mas não sei qual brasa acende a tua chama se ela é breve quente leve
não sei quem tu chama, mas talvez, talvez, queira que tu me leve desse pesado
nada que cisma em chegar num domingo de manhã e não me deixa dormir porque
preciso enxergar, olho nas janelas ainda adormecidas de sonhos que não se pode
dizer, mas vejo você, sem entender, cadê? acendi mais um cigarro – você não
entende o bem que esse mal me faz – mas você não entende e eu não entendo,
traguei e nada trouxe, te fumaria até a chepa mas você não faz bem pro meu
pulmão porque é ventania mas sufoca quero ar quero tudo e quero nada porque há
no nada muita coisa, quero nadar em você e mergulhar em cada poro do seu corpo
e sentir o cheiro do teu cheiro no meu cheiro e não entender nada disso
Não quero que
se conclua. O que concluí então acaba. Não quero um fim do que nem começou por
que eu não entendo,
quero um enfim
dito entre um suspiro manso no meio da
sala dizendo que quer à mim porque também não entende e tudo isso é louco
loucura cura porque chamar só de amor é um fogo raso que se apaga num sopro