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Conheço uma menina que logo vai casar. Antes de ter um relacionamento, essa menina era outra – divertida, pintava suas unhas de vermelho, era desbocada algumas vezes e não tinha pudor em usar roupas simples com chinelos e cantar reggaes para os cachorros da rua. Hoje, essa menina não faz nada disso, é quieta, não fala besteiras perto do namorado, se veste impecavelmente e deixou as cantorias para trás. Ela tem um perfil na rede social junto com o namorado, para provar que o amor dos dois é um só. Céus.
Por que será que algumas pessoas quando namoram acabam assumindo a personalidade da outra, como se não tivesse uma própria? Porque alguns casais viram um único ser – passam de fulano e ciclana e se transformam em fulano-ciclana, uma fusão do tipo Dragon Ball que não permite que eles façam coisas separados? Será que quando encontramos uma pessoa deixamos de sermos nós mesmos?
Não. Não temos que deixar. Claro, alguma mudanças sempre acontecem, afinal quando você se une a uma pessoa tem que aceitar e respeitar muitas coisas, pois são dois mundos diferentes se encontrando. Mas aceitar e respeitar não significa tirar toda a bagagem da sua mala e colocar roupas que nem ficam bem em você. E se a viagem acaba, você lembrará em qual guichê deixou sua velha personalidade – se é que você tinha uma?
Namorar, noivar, casar, se juntar, etc etc etc é lindo. Desde que você não precise ficar se moldando para caber no espaço do outro e nem ele no seu – que se fique junto pelo que se é, não pelo que o outro quer que você seja. Ok, que atire a primeira pedra quem nunca cometeu um errinho desses, eu mesma já mudei muita coisa para tentar não afundar um relacionamento, o que só serviu para perceber que tapar os furos com band-aid falso não adianta.
Desde então, escolhi ser eu mesma, se quiser todas as minhas qualidades tem que aguentar as outras coisas também. Se quer usufruir da minha alta capacidade de cozinhar gordices, tem que aceitar que eu não dou do tipo que se monta em maquiagem e salto alto para ir em qualquer lugar. E essa sou eu.
Que outras pessoas possam ser elas mesmas também. Fusão, só é legal em desenho animado. Na vida real, caros amigos, não é nada fofo – e sim brega. Fiquem ligados.