Tocava Elvis e eu tomava meu café lentamente, mesmo na tarde quente que fazia. Meu vício.
Elvis cantava por mim, e eu ouvia de olhos fechados, absorvendo a musica lentamente, combinando com o jeito que bebia meu café. Fazia calor, e você, ah fazia tanto tempo que eu não te via e isso tinha um gosto amargo.
Nem sempre saudades é doce, dizia você.
E nem sempre pra sempre quer dizer pra sempre, pensei eu.
E continuei só ali, absorvendo a música, o café, e a saudade em qualquer gosto que ela tivesse,
Era um fim-de-tarde de verão, e eu deixei a porta aberta.
Afinal, eu disse que nunca mais.
Mas nem sempre nunca quer dizer nunca, você me disse, antes de sair.
"Oh, let our love survive
Or dry the tears from your eyes
Let's don't let a good thing die."
(Elvis Presley).
Or dry the tears from your eyes
Let's don't let a good thing die."
(Elvis Presley).
4 comentários:
Adorei o texo!
O café não sai do meu lado jamais.
Isso de sair por portas para não entrar mais por elas é sempre triste. E digo por experiência própria, infelizmente :(
Lindo texto.
"Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz..." O Teatro Mágico
Amei. E nunca nunca quer dizer nunca. Mesmo.
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