domingo, 5 de abril de 2009

Chão.



E então tudo que não fazia sentido, aos poucos vai tomando cor. Perguntaram se eu tava feliz, e eu numa mudez dolorida respondi que sim - pra depois descobrir que mentia.
Não ser eu me dava uma felicidade ilusória. Uma felicidade instantânea.
Mas eu, ah eu não quero quietos instantes de felicidade.
Foi então que desci do sonho, do pesadelo, do devaneio, ou do estado sem-nome que me encontrava. Desci ou me empurraram, não sei, mas o fato é que senti meus pés no chão.
O chão gelado, duro, que me encarava com tibieza, mas era o chão. Custei ficar em pé, trepidei alguns instantes, quis correr, voltar, fugir. Mas quando encontrei o equilíbrio e pude então ficar de pé sem ninguém pra me apoiar, comecei a ser.
Estou sendo, então.
E no começo, a solidão que parecia um vácuo sem fim, foi se tornando liberdade.
E eu, aos poucos, fui me libertando de mim. Ficando livre para ser
EU.